Esta é a história do garoto que conhece a garota.
Mas você deve saber, que não é uma história de amor.
Tom: Estou apaixonado pela Summer. Amo o seu sorriso, seu cabelo, seus joelhos, a marquinha de nascença de coração que ela tem no pescoço, amo como ela lambe os lábios às vezes antes de falar, o som da risada dela, o jeito que fica quando está dormindo. Amo que ouço uma música sempre que penso nela. Amo como ela me faz sentir. Como se tudo fosse possível, tipo... como se a vida valesse a pena.
Tom: Eu odeio a Summer. Odeio seu dente torto, seu cabelo estilo 1960, odeio seu joelho nodoso, odeio sua manchinha que parece uma barata no seu pescoço, odeio como umedece os lábios antes de falar, odeio o som da sua risada... Odeio esta música.
Contado de forma não-linear, o filme narra a história de um rapaz que acredita no amor, mas se apaixona por uma garota que pensa diferente. Uma das cenas mais legais (quero dizer triste) do filme é quando Summer convida Tom para uma festa e a tela se divide: um lado mostrando as expectativas de Tom e o outro lado como as coisas realmente acontecem.
Abaixo o diálogo da parte final do filme, quando eles se reencontram depois de algum tempo sem se verem. Aqui temos a frase de partir o coração mais dolorosa que eu já vi num filme:
Summer: Ei, Tom. Achei que poderia te ver aqui. Sempre amei este lugar, desde que você me trouxe.
Tom: Então, eu... Eu acho que devo dizer "parabéns".
Summer: Só se realmente quiser dizer.
Tom: Bem, nesse caso...
Summer: Então, você está bem?
Tom: Vou ficar... uma hora... ou não.
Summer: Gosto do seu terno.
Tom: Obrigado.
Summer: Você está lindo.
Tom: Você também.
Summer: Valeu.
Tom: Pedi demissão do escritório.
Summer: Pediu? Eu não sabia, que ótimo!
Tom: E você... Você casou.
Summer: É... loucura, não?
Tom: Deveria ter me contado. Quando estávamos no casamento, dançando.
Summer: Ele não tinha pedido ainda.
Tom: Mas ele estava na sua vida. Então por que dançou comigo?
Summer: Porque eu quis.
Tom: Você só faz o que quer, não é? Não queria ser namorada de alguém e... agora é a esposa de alguém.
Summer: Me surpreendeu também.
Tom: Acho que nunca vou entender. Quer dizer, não faz sentido.
Summer: Só aconteceu.
Tom: É, mas é isso que não entendo. O que aconteceu?
Summer: Eu só... Só acordei um dia e soube.
Tom: Soube o quê?
Summer: O que eu nunca tive certeza com você.
Tom: Sabe o que é uma droga? Perceber que tudo em que você acredita é mentira, é uma droga.
Summer: O que quer dizer?
Tom: Sabe, destino, almas gêmeas. Amor verdadeiro e todos aqueles contos de fada infantis. Besteira... você estava certa, eu deveria ter te escutado.
Summer: Não.
Tom: Sim, por que está sorrindo?
Summer: Tom...
Tom: Por que está me olhando assim?
Summer: Bem, sabe, acho que é porque... estava sentada numa doceria lendo Dorian Gray, um cara chega para mim e me pergunta sobre o livro e... agora ele é meu marido.
Tom: É, e daí?
Summer: E daí, e se eu tivesse ido ao cinema? E se eu... tivesse ido almoçar em outro lugar? Se tivesse chegado 10 minutos mais tarde? Era... era pra ser. E... eu só ficava pensando... Tom estava certo. É, eu fiquei. Fiquei. Só não era sobre eu que você estava certo. Eu tenho que ir. Mas fico muito feliz por ver que você está bem.
Tom: Summer. Eu espero mesmo que você esteja feliz.
Claro que não acaba assim, né? Afinal é uma comédia romântica... mas ainda assim é um ótimo filme!